30 de nov. de 2009

FORMAS DE AVALIAÇÃO

FORMAS DE AVALIAÇÃO

Na realização da Avaliação Antropométrica, são tomadas as medidas antropométricas, onde deve-se levar em conta o plano de Frankfurt e pontos antropométricos, que também devem ser previamente marcados, usando lápis dermográfico.
As medidas podem ser classificadas em: Lineares (Longitudinais e Transversais), Circunferenciais e de Massa.
A avaliação é iniciada tomando-se as medidas lineares longitudinais, que ao serem efetuadas, determinados cuidados devem ser levados em consideração, para diminuir a margem de erros. Os principais cuidados são:
a) o testado deve estar descalço;
b) o testado deve manter-se em pé, com os pés juntos e voltados para frente, ombros relaxados e braços ao longo do corpo, estando o plano de Frankfurt rigorosamente posicionado;
c) o testado deve fazer uma inspiração, procurando compensar o achatamento dos discos intervertebrais, ocorrido durante o dia.
As medidas

Estatura

- Definição: A altura ou estatura é a medida da distância em linha reta entre dois
planos, um tangente à planta dos pés e outro tangente ao ponto mais alto da
cabeça (ponto vértex), estando o indivíduo em pé, na posição fundamental, com o
corpo o mais alongado possível e a cabeça posicionada com o plano de
FRANKFURT.

- Material: O instrumento que se utiliza para medir a altura é o estadiômetro.
- Protocolo: O avaliado deve estar na posição ortostática (em pé), pés unidos,
procurando pôr em contato com o instrumento de medida as superfícies
posteriores do calcanhar, cintura pélvica, cintura escapular e região occipital. A
medida é feita com o indivíduo em apnéia inspiratória, de modo a minimizar
possíveis variações sobre esta variável antropométrica.


Envergadura

- Definição: É a distancia entre o dactylion (dedo médio) direito e o esquerdo.
- Material: Fita métrica graduada em centímetros, fixada em uma parede lisa.




- Protocolo: Medir a distancia do dactylion direito ao esquerdo, com o avaliado em
pé e os braços em abdução de 90° com o tronco; os cotovelos devem estar
estendidos e os antebraços supinados. Deverão ser feitas três medidas,
considerando-se a média das mesmas.





Depois, é a vez das medidas transversais, também conhecidas como diâmetros, que são medidas de largura ou profundidade entre dois pontos, usadas para mensurar o crescimento e o desenvolvimento ósseo, transversalmente e ântero-posteriormente. São realizadas por meio de um antropômetro ou paquímetro.

As principais medidas transversais usadas em Educação Física são:
- Biocromial: Com o testado em pé, corpo relaxado, braços ao longo do corpo, de costas para o avaliador, medir a distância entre os pontos acromial direito e esquerdo.




- Toráxico Transverso: É a distância entre dois pontos resultantes da intersecção do plano horizontal, a nível do ponto meso-esternale, e as linhas médias axilares. O testado deverá estar em pé e a medida será feita ao fim de uma expiração normal.




Toráxico Ântero-Posterior ou de profundidade
: Utilizando-se um antropômetro de braço curvo, mede-se a distância entre os pontos mesoesternale e o ponto no processo espinhoso vertebral correspondente ao ponto meso-esternale, no plano horizontal que passa por ele. O avaliado deverá estar em posição ortostática, de lado para o avaliador.




- Bi-iliocristal: Distância entre os pontos ilicristale direito e esquerdo com o avaliado em posição ortostática, de frente para o avaliador.



Bi-trocantérico: Distância entre os pontos trocantéricos direito e esquerdo com o avaliado em posição ortostática, de frente para o avaliador.



Bi-epicôndilo umeral: A medida é realizada com o avaliado em pé ou sentado, com as articulações do ombro e cotovelo em flexão de 90 graus, no plano sagital. As hastes do paquímetro devem ser introduzidas obliquamente, num ângulo de 45 graus em relação à articulação do cotovelo, tocando as bordas externas dos epicôndilos medial e lateral do úmero direito.



Bi-estilóide: Com o avaliado em pé, a articulação do cotovelo a 90 graus e a mão relaxada, o paquímetro é introduzido no plano horizontal, tocando os pontos de maior distância entre as apófises estilóides do rádio e da ulna direitos.



Bi-côndilo femural: A medida é realizada com o avaliado sentado, com a articulação do joelho flexionado a 90 graus e os pés sem tocar o solo. As hastes do paquímetro sevem ser introduzidas a 45 graus em relação à articulação do joelho, tocando as bordas externas dos côndilos medial e lateral do fêmur direito.



Bi-maleolar: O avaliado deve estar em pé em uma superfície elevada, para facilitar a realização da medida, com afastamento lateral dos pés e o peso do corpo igualmente distribuído sobre eles. A medida é realizada com as hastes do paquímetro tocando os pontos que compreendem a maior distância entre o maléolo medial e o maléolo lateral da tíbia direita, em um plano horizontal.



Determinados cuidados devem ser observados na tomada das medidas dos diâmetros:
a) o antropômetro não deve ficar frouxo, nem fazer pressão excessiva;
b) salvo quando houver especificação, o antropômetro deve ser colocado perpendicular ao diâmetro medido.
A partir desse momento, toma-se as medidas circunferenciais, que correspondem aos chamados perímetros que podem ser definidos como perímetro máximo de um segmento corporal quando medido em ângulo reto em relação ao seu maior eixo. Para medir circunferências, usa-se uma fita métrica antropométrica, que deve ser feita de um material flexível (de preferência metálica), que não se estique com o uso com precisão de 0,1 cm.

Os perímetros mais usados no campo da Educação Física são:

- Pescoço: A medida é realizada com o avaliado sentado ou em pé, desde que esteja com a coluna ereta e a cabeça no plano horizontal de FRANKFURT. A trena deve ser aplicada na menor circunferência do pescoço logo acima da proeminência laríngea (pomo de Adão).

- Torácico: O perímetro torácico pode ser medido em dois pontos de referência:
* a nível do ponto meso-esternale: medido em um plano horizontal. Estando o testado em pé, de frente para o avaliador.



• a nível do ponto xifoidal: medido em um plano horizontal, estando o testado em pé, de frente para o avaliador.

O primeiro pode ser usado somente em pessoas do sexo masculino, o segundo, em pessoas de ambos os sexos.
Nos dois pontos de referência, mede-se os seguintes perímetros:
• Normal: ao fim de uma expiração normal.
• Máximo ou Inspiratório: ao fim de uma inspiração máxima.
• Mínimo ou Expiratório: ao fim de uma expiração máxima.

- Abdominal: A medida é realizada no plano horizontal na protuberância anterior máxima do abdome, usualmente no nível da cicatriz umbilical, com avaliado em pé em posição ortostática.



- Quadril: Extensão posterior máxima dos glúteos. Tomada ao nível dos pontos trocantéricos direito e esquerdo. Deve ser realizada paralelamente ao solo, estando o avaliado com os pés unidos.



Braço
: Pode ser medido de duas formas:
* relaxado- Também poderá ser medido de duas formas, na primeira o avaliado fica com o braço relaxado e ao longo do corpo e a medida é realizada no ponto de maior perímetro aparente e na segunda, o avaliado deve ficar com a articulação do cotovelo a 90 graus, no plano sagital, e com o braço
relaxado.

Contraído: Medida tomada na área de maior circunferência com o braço posicionado no plano horizontal e antebraço fletido em supino num ângulo de 90°. Neste caso podemos utilizar o braço oposto para trazer oposições à contração.

Antebraço: Tomada no plano perpendicular ao eixo longo do antebraço, ponto de maior circunferência, devendo o cotovelo estar em extensão.


Punho: O testado deverá estar em posição anatômica, de frente para o avaliador. Circundar a fita a nível dos processos estilóides do rádio e da ulna.


Coxa
: Diversos pontos de referência têm sido usados par a tomada dessa medida. Descreve-se dois:
* referência superior: circundar a fita no plano paralelo ao solo, 1cm abaixo da linha glútea.


• Referência média: circundar a fita no plano paralelo ao solo, a nível do ponto médio-femural.

Em todos os pontos de referência, o avaliado deverá estar em pé, de lado para o avaliador, com os pés um pouco afastados, distribuindo o peso do corpo igualmente sobre as duas pernas.


- Perna: Com o avaliado em pé, com as pernas levemente afastadas e mantendo o peso do corpo igualmente distribuído nos dois pés, posiciona-se a trena transversalmente no ponto de maior circunferência da perna.



Tornozelo: O avaliado deverá estar em pé, de frente para o avaliador, com os pés ligeiramente afastados, distribuindo o peso do corpo em ambas as pernas. Circundar a fita no plano paralelo ao solo ao nível dos pontos sphyrions tibiale e fibulare.



Alguns cuidados devem ser levados em consideração ao se realizar as medidas de perímetro:
a) Marcar corretamente o ponto de medida, usando lápis dermográfico;
b) Medir sempre sobre a pele nua;
c) Nunca usar fita elástica ou de pouca flexibilidade;
d) não deixar o dedo entre a fita e a pele;
e) Não dar pressão excessiva, nem deixar a fita frouxa
f) Não medir após atividade física.
Agora, é a hora de tomar as medidas de massa, iniciando do peso. Este é medido pelo instrumento chamado balança, que deverá fornecer oscilações em torno de 100 gramas.
Após o peso, parte-se para a medição das dobras cutâneas, com a utilização de aparelhos denominados espessímetros ou plicômetros.

As dobras cutâneas mais utilizadas são:

Peitoral: Com o avaliado em pé, de frente para o avaliador, fazer a medida no ponto médio da distância entre a linha axilar anterior e o ponto, nos homens; e a um terço da distância da linha axilar anterior ao thelion, nas mulheres. A dobra cutânea deve ser tomada na diagonal.

Axila: É localizada no ponto de intersecção entre a linha axilar média e uma linha imaginária transversal na altura do apêndice xifóide do esterno. A medida é realizada obliquamente ao eixo longitudinal, com o braço do avaliado deslocado para trás, a fim de facilitar a obtenção da medida. O avaliado deve ficar em pé, de lado para o avaliador.

Tríceps: O avaliado fica em pé, de costas para o avaliador, onde é medida na face posterior do braço, paralelamente ao eixo longitudinal, no ponto que compreende a metade da distância entre a borda súpero-lateral do acrômio e o olécrano.

Bíceps: É medida no sentido do eixo longitudinal do braço, na sua face anterior, no ponto de maior circunferência aparente do ventre muscular do bíceps. O avaliado se manterá em pé, de frente para o avaliador.

Supescapular: Com o avaliado em pé, de costas para o avaliador, a medida é executada obliquamente em relação ao eixo longitudinal, seguindo a orientação dos arcos costais, sendo localizada a dois centímetros abaixo do ângulo inferior da escápula.

Supra-ilíaca (Faulkner): Estando o avaliado em pé, de lado para o avaliador, é obtida a prega obliquamente em relação ao eixo longitudinal, na metade da distância entre o último arco costal e a crista ilíaca, sobre a linha axilar medial. É necessário que o avaliado afaste o braço para trás para permitir a execução da medida.

Abdômen: É medida aproximadamente a dois centímetros à direita da cicatriz umbilical, paralelamente ao eixo longitudinal. O avaliado estará em pé, de frente para o avaliador.

Coxa: O avaliado deve estar em pé, de frente para o avaliador, com o pé direito apoiado em um suporte de 10cm de altura. A dobra é medida paralelamente ao eixo longitudinal, sobre o músculo reto femural a um terço da distância do ligamento inguinal e a borda superior da patela, segundo Costa (2001 apud GUEDES 1985) e na metade desta distância segundo novamente Costa (2001 apud POLLOCK & WILMORE 1993). Para facilitar o pinçamento desta dobra o avaliado deverá deslocar o membro inferior direito à frente, com uma semi-flexão do joelho, e manter o peso do corpo no membro inferior esquerdo.

Perna: Para a execução desta medida, o avaliado deve estar sentado, com a articulação do joelho em flexão de 90 graus, o tornozelo em posição anatômica e o pé sem apoio. A dobra é pinçada no ponto de maior perímetro da perna, com o polegar da mão esquerda apoiado na borda medial da tíbia.

Para a validade das medidas de dobra cutânea, é necessário ter determinados cuidados:
• Não realizar medida logo após uma atividade física.
• Tomar todas as medidas no lado direito do corpo.
• Tomar a dobra cutânea com os dedos polegar e indicador.
• Colocar o espessímetro perpendicularmente ao eixo da dobra.
• Deve-se ter o cuidado de não incluir tecido muscular. Se houver dúvida, pedir ao avaliado que realize uma contração muscular antes de efetuar a medida.
• Os ramos do espessímetro devem estar a um máximo de 1cm dos dedos.
• Após o pinçamento da dobra, espera-se um tempo de aproximadamente 2 segundos para realizar a leitura.
• Realiza-se uma série de 3 medidas num mesmo ponto de referência, buscando uma boa correlação entre elas (máximo de 5%). Se ocorrer uma variação maior que 5%, toma-se nova série de medidas.
• Não soltar a dobra enquanto não fizer a leitura.
Referências:
ROCHA, Paulo Eduardo Carnaval Pereira. Avaliação Antropométrica: Pontos Antropométricos. In: ROCHA, Paulo Eduardo Carnaval Pereira. Medidas e Avaliação em Ciências do esporte. 6ª edição. Rio de Janeiro: Sprint, 2004. P. 20-47.
MARTA LUÍS. Módulo de Antropometria. Disponível em: www.forma-te.com/mediateca/download.../3432-antropometria.html.
COSTA, Roberto Fernandes. Dobras cutâneas – fotos. Disponível em: http://www.sanny.com.br/si/site/030201.

3 comentários:

  1. Olá gostei do material muito didático e esclarecedor para quem esta iniciando na avaliação física da composição corporal.

    Att
    Reginaldo Luiz

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  2. Conteúdo claro objetivo e didático.
    Parabéns!!

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